domingo, 8 de fevereiro de 2009

Aí, né, eu tava lá

Sentada, na minha, quietinha, vendo seriado. (que às vezes a comunicação direta mãe-filha é um espetáculo: a pessoa espera a genitora entrar no banho pra deitar na cama daquela e ligar a tv).

Bom, e ela sai do banho, obviamente, save the planet, é o que dizem os canais. Mas enfim.

Sabe, eu queria ser uma pessoa saudável, tipo, wonder-woman-Marie-Claire-que-chique-é-ser-inteligente, mas num sentido não desperate-housewife, pelamor, porque, né, tenho meus orgulhos. Mas veja bem (isso que tenho medo dessas pessoas cheias dos veja bem, meu bem), no fundo, mulher é brega (pois é), e, eventualmente, quer coisa que toda mulher quer, banalidades, roupas e afins. E nem era disso o que eu tava falando, quer dizer, era, mas não era, mas vai ser, paciênça.

Entenda, eu queria muito ser uma pessoa saudável, dessas com rotinas e auto-controle, do tipo que acorda de manhã e já fazem 20 abdominais e nem tiraram o pijama ainda, saca? Que tem várias frutas e comestíveis saudáveis e light/diet na geladeira, só esperando a fome, mas, rá!, a wonder-women-auto-controle só sente fome na hora certa (ou faz a gente acreditar nisso, vai saber). Aquele tipo de mulher que come UMA tacinha de mousse de chocolate e já se sente satisfeita, não fica nem com olhinhos de cachorro pidão nos pratos alheios. E que toma os benditos 2L de água por dia, e que come as tais 5 porções de fruta, e come a salada e acha aquilo a coisa mais linda e deliciosa do mundo. Aposto que come picles também (MEUDEEEEUS!!! QUEEEM É TÃO INSANO A PONTO DE GOSTAR DE PICLES?!?!?)

No entanto, it's not possible, beibe. Por fatores múltiplos (inclua aí a wonder-woman provavelmente ser um robô, se não for chata, sem sal e m-i-l-i-m-e-t-r-i-c-a-m-e-n-t-e metódica, daquele tipo que dá nos nervos, se muda o sentido de uma rua, não sabe mais voltar pra casa - tô falando isso pra tentar me convencer, entenda), não consigo ser pessoa assim. Sou daquelas desleixadas, cheias de ismos, magra mais por sorte do que sei-lá-o-quê, e com alguma birra perfeccionista desencadeada pelo consumismo mais non-sense possível (gosto de ficar uniformizada pra cada situação, blame the school, beibe), se não for desse jeito, não rola.



Logo, na minha cabecinha, só faz regime quem é rico, que quem não tem dinheiros se ferra, com óleos-que-não-são-bulhudegas-que-fazem-bem-ao-coração-e-sem-gordura-trans e afins, além de não poder comer comidas orgânicas e..e...e.


Ó, Paizinho, veja só o que as propagandas fazem com essa sua pobre filha, que só queria ser pessoa saudável, mas tudo o que encontra são lasanhas congeladas e nuggets.


Mas voltando ao assunto, estava eu, deitada em caminha materna, quando ela me entrega um livro "ó, que você queria mudar seus hábitos alimentares, né?".



Não sei se agradeço ou se choro, porque não tenho mais taaantas desculpas (nem pra mim, nem pra ninguém) pra não ser shiny happy people.



Vou começar a ler Veja também, pra zoar de vez a parada. me aguardem.

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