sábado, 17 de julho de 2010

Um cigarro, pelamor

Um lado de mim anseia loucamente por uma aventura.

Não, não aventuras sexuais, puladas de cerca ou algo do gênero. Meu namorido mais do que me satisfaz, não é isso o que me incomoda.

Quero aquela aventura refletida no vento no rosto, de fazer alguma descoberta, de ter a adrenalina fluindo no meu sangue. Não precisa ser algo grandioso, mas preciso acreditar que valeu a pena.

Toda vez que acabo em casa, na frente do computador, sinto uma impotência brutal, que me corrói até o estômago. Queria ter pensamentos geniais, até me comunicar em voz alta de um jeito coerente. Admiro aquelas pessoas idealistas, que defendem um ideal que parte do fundo do coração, tão amado quanto um filho. Quero ter uma atitude que possa ser feita, ser criada. Poder envolvê-la em meus braços e, então, apresentar àqueles que me importa, mostrando que o que fiz não foi em vão, o que foi um embrião pode se tornar uma árvore gigantesca, que abraça, que renova, se reflora.

Talvez, no fundo, eu seja uma das crias dos livros que me faziam sonhar, meus ideais da terra não são capazes de sair. Me sinto atada, recurvada num influxo infinito, buscando de novo em mim o que ainda pode ser puro, que talvez me salve de mim mesma, algo de mim quando não era eu, ou talvez fosse menos do que sou hoje. A semântica não importa, enquanto o ato não for efetuado.

Um comentário:

  1. Criada pra ser um modelo robô meio puxado pro feminino como fui, nunca fui muito dada a grandiosidades. Sempre sonhei com elas, complexo de pinóquio, querendo ser menino de verdade.
    Eu não sei exatamente qual é o tipo de atitude que quer ter, que quer cometer, por assim dizer. E, provavelmente, nem posso ajudar com isso. Mas me lembro de ler uma entrevista da Clarice Lispector em que ela diz que escreve pra salvar vidas.
    Talvez você não tenha salvado a minha vida propriamente dita, mas salvou meus dias. Alguns deles. Me fez consertar um dia entediante reassistindo 10 coisas que eu odeio em você, me fez rir da Luciana - fato, euri. E já ri de algumas das suas conversas de msn.
    Provavelmente nada disso foi muito útil, mas tudo bem, eu não tenho objetivos grandiosos. (:
    P.S.: Então vamos nos falar mais, ora. E, ok, eu não pensei que fosse cantada, seu namorido mais do que te satisfaz (:

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